Guerra no Médio Oriente

Posições do Hamas e de Israel são “demasiado distantes” para se esperar avanço nas negociações: o resumo do 177.º dia de guerra

No mesmo dia em morreram mais de 70 pessoas na Faixa de Gaza em consequência de ataques de Israel, uma fonte do Hamas disse que as posições do seu movimento e de Israel quanto ao conflito na Faixa de Gaza continuam "demasiado distantes" para se esperar um avanço nas negociações com vista a uma trégua

MOHAMMED SABER

Um responsável do Hamas alertou, neste domingo, que as posições do seu movimento e de Israel quanto ao conflito na Faixa de Gaza continuam "demasiado distantes" para se poder esperar um avanço nas negociações com vista a uma trégua. Na mesma declaração, a fonte acusou Benjamin Netanyahu de não ser “sério”.

A declaração é feita no mesmo dia em que Israel continua a atacar Gaza. Desde sábado, morreram 75 pessoas em dezenas de ataques. Apesar de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que apela a um cessar-fogo imediato, os combates não cessaram na Faixa de Gaza.

Quanto à operação militar do exército israelita no hospital Shifa, o Governo de Gaza diz contabilizar mais de 400 mortos nas últimas duas semanas. "O exército de ocupação israelita cometeu crimes ao destruir, queimar e atacar 1.050 casas nas imediações da infraestrutura hospitalar Shifa, matando mais de 400 mártires e prendendo e torturando centenas de pacientes e pessoas deslocadas", indicou, em comunicado, a porta-voz do governo. Dentro do hospital encontram-se 107 pacientes "em condições desumanas, sem água, medicação, comida ou eletricidade", incluindo 30 pacientes com deficiência e cerca de 60 profissionais de saúde.

Este domingo também o hospital de Al-Aqsa, em Gaza, foi atacado. Registaram-se quatro mortos e 17 feridos, informou o diretor da Organização Mundial de Saúde, tendo o exército israelita justificado que visava "um centro de comando da jihad islâmica".

Além das vítimas mortais e da destruição, a guerra provocou uma catástrofe humanitária em toda a Faixa de Gaza, onde a maioria dos 2,4 milhões de habitantes foram deslocados e estão agora ameaçados de fome, segundo a ONU, que há semanas lamenta o facto de a ajuda estar longe de ser suficiente para satisfazer as necessidades da população.


Outras notícias que marcaram o dia:


⇒ O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu vai ser operado a uma hérnia este domingo à noite, anunciou o gabinete do chefe de Governo, em comunicado, acrescentando que a operação será realizada "sob anestesia geral". "Durante um exame de rotina efetuado no sábado à noite, foi diagnosticada uma hérnia ao primeiro-ministro de 74 anos", refere o comunicado. O vice-primeiro-ministro e ministro da Justiça, Yariv Levin, será o primeiro-ministro interino.

⇒ Esta noite, teve início em Jerusalém um protesto de quatro dias contra o governo, que pela primeira vez incluirá também as famílias dos reféns raptados pelo Hamas na Faixa de Gaza, e que apelará à classe política para que chegue a um acordo para libertar os prisioneiros e convocar novas eleições. Na Jordânia vários manifestantes em protesto contra a guerra em Gaza foram detidos.

⇒ O exército israelita diz ter "eliminado" líder do Hezbollah em ataque no Líbano. "Um avião da Força Aérea [de Israel] atingiu um veículo na região de Kounine, no Líbano, no qual Ismail al-Zein viajava", adiantou em comunicado.