Mesmo que não estivesse em curso uma guerra incessante, é difícil realizar na Faixa de Gaza uma sondagem ou qualquer outro levantamento de opiniões políticas. Responder com sinceridade é um ato de coragem, uma vez que o Hamas mantém em vigor uma ditadura e os habitantes de Gaza sabem que é perigoso criticar o grupo islamita que domina a vida civil, toda a pouquíssima ajuda que entra e o acesso à saúde.
“Para mim, a coisa mais óbvia, com base nesta sondagem e em conversas que tenho mantido com pessoas no terreno, é que os habitantes de Gaza já não acreditam que Israel vença a guerra e pensam cada vez mais que o Hamas sobreviverá. Por isso, a vontade das pessoas de se manifestarem contra o grupo e desafiarem a sua autoridade tem decrescido”, analisa o académico Gershon Baskin, ativista pela solução dos dois Estados e negociador da libertação de reféns, numa troca de mensagens com o Expresso sobre as conclusões do estudo, realizado pelo centro sondagens do Centro Palestiniano de Investigação e Políticas (PSR), com sede na cidade palestiniana de Ramallah.