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Guerra no Médio Oriente

Hospitais de Gaza sob ataque: mais de 300 profissionais de saúde foram mortos em bombardeamentos

Cercados por tanques israelitas desde 5 de dezembro, profissionais de saúde no Hospital al-Awda contam como ficaram sem água, comida e medicamentos suficientes, até serem detidos. A Organização Mundial da Saúde denuncia os ataques contra hospitais e ambulâncias. Segundo o Ministério de Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, mais de 300 profissionais de saúde foram mortos desde 7 de outubro

Hospital al-Awda, na Faixa de Gaza
Getty Images

Marta Vidal, na Jordânia

“Estão a bombardear aqui perto,” diz Mohammed (*), a voz abafada pelo barulho de explosões numa mensagem de áudio enviada do Hospital al-Awda, em Jabalia, uma zona que tem sido alvo de intensos bombardeamentos. Cercado pelo exército israelita desde o dia 5 de dezembro, o hospital era um dos poucos ainda a funcionar no norte de Gaza.

“A situação é horrível. Há um cerco total ao hospital, ninguém consegue sair”, contou Mohammed, funcionário do hospital, em mensagens de áudio enviadas na semana passada em que descreve o medo e desespero vividos nos últimos dias. “'Snipers' mataram uma mulher que veio com a cunhada para os serviços de maternidade. Mataram dois dos nossos colegas, um enfermeiro e um funcionário de limpeza”, diz.