“Estão a bombardear aqui perto,” diz Mohammed (*), a voz abafada pelo barulho de explosões numa mensagem de áudio enviada do Hospital al-Awda, em Jabalia, uma zona que tem sido alvo de intensos bombardeamentos. Cercado pelo exército israelita desde o dia 5 de dezembro, o hospital era um dos poucos ainda a funcionar no norte de Gaza.
“A situação é horrível. Há um cerco total ao hospital, ninguém consegue sair”, contou Mohammed, funcionário do hospital, em mensagens de áudio enviadas na semana passada em que descreve o medo e desespero vividos nos últimos dias. “'Snipers' mataram uma mulher que veio com a cunhada para os serviços de maternidade. Mataram dois dos nossos colegas, um enfermeiro e um funcionário de limpeza”, diz.