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Guerra no Médio Oriente

Dificuldades humanitárias em Gaza: “As pessoas estão a morrer à fome, falta tudo”

O cenário humanitário continua a agravar-se na Faixa de Gaza e os relatos de fome e insegurança repetem-se. Mais de 85% da população ficou deslocada, a chegada do frio acarreta riscos de hipotermia e para a família da professora Eman Basher, a procura de alimentos não é isenta de perigo. “Quero tirar daqui os meus filhos. Consigo aguentar isto sozinha, mas com eles não”, relata ao Expresso

EPA / MOHAMMED SABER

“Encontrei um local para mim e para os meus filhos. As coisas estão um pouco melhores, pelo menos as crianças podem brincar lá fora. Estamos todos a rezar por um cessar-fogo permanente”, escreveu ao Expresso a professora de inglês Eman Basher, no dia 30 de novembro, quando o acordo de tréguas entre Israel e o Hamas ainda estava em vigor.

Eman, que vive em Gaza e tem 28 anos, está com os três filhos numa casa nos arredores de Rafah. Ou estava, sexta-feira, a última vez que respondeu ao Expresso. “As pessoas estão a morrer à fome. Falta tudo, o inverno está a chegar, está a ficar frio, chuva, tudo vai piorar se nada for feito”, escreveu através do Whatsapp.

Ficou sozinha com a prole num apartamento isolado, longe de qualquer supermercado, hospital, longe de uma estrada principal, num sítio sem outros prédios por perto. Ficou porque há uma casa de banho, e com três crianças e o frio a chegar, Eman recusou-se a ir com o resto da família para a “área segura”, assim designada por Israel.