Um dia de chuva, uma autoestrada sem manutenção, um acidente de autocarro onde seguiam crianças e os professores que as iam acompanhar numa visita de estudo. Na véspera, Abed Salama corre até à escola para pagar o bilhete do filho, Milad, ou o miúdo nunca o perdoaria.
O autocarro capota e incendeia-se. Abed não sabe onde está Milad e não tem os documentos necessários para passar para o outro lado da enorme divisória de betão que separa o seu mundo de palestiniano sitiado do mundo das pessoas com direito de entrada na parte Ocidental de Jerusalém, onde existem hospitais funcionais com profissionais de excelência.
O livro de Nathan Thrall, “Um Dia na Vida da Abed Salama: Anatomia de uma Tragédia em Jerusalém” (Zigurate) passa-se todo dentro das 24 horas que se seguem à notícia deste acidente, é sobre esta tragédia que se desenrola a trama das vidas cruzadas de palestinianos e israelitas, definidas ambas pela existência desta divisão física no meio das colinas douradas da Palestina.