Estavam os reféns presos na Faixa de Gaza há quase um mês quando o ministro do Património israelita, Amihai Eliyahu, afirmou na rádio pública que lançar uma bomba nuclear sobre aquele território palestiniano era “uma das opções” disponíveis para eliminar o Hamas. Antes já defendera que não existe “população não-combatente” entre os 2,2 milhões de pessoas que habitam Gaza.
Eliyahu é membro do partido supremacista religioso Poder Judaico, membro da coligação que sustenta o Governo de Benjamin Netanyahu. As críticas a estas diatribes “afastadas da realidade”, como o próprio primeiro-ministro classificou a intervenção de Eliyahu, foram imediatas. O ministro foi suspenso, mas não afastado. Os dois principais jornais de Israel em língua inglesa, o “Times of Israel” e o “Haaretz”, escreveram editoriais a pedir o seu afastamento imediato ou, no caso do “Haaretz” (mais à esquerda), a exigir a saída de toda a extrema-direita do Knesset, o Parlamento de Israel. Porém, é pouco provável que Netanyahu decida, por iniciativa própria, demolir os alicerces do edifício político que anda a construir desde a sua primeira eleição, em 1996.