A 7 de outubro, às primeiras horas do ataque do Hamas a Israel, Washington e Telavive foram lestos a isentar o Irão de responsabilidade direta no planeamento do pior atentado da história do Estado judeu. Ambos deixaram claro, porém, que a impressionante capacidade bélica demonstrada pelo grupo islamita palestiniano só era possível graças ao apoio contínuo por parte da República Islâmica — à semelhança do que acontece em relação à milícia xiita libanesa Hezbollah e aos rebeldes iemenitas huthis.
“Estas forças [que atuam] por procuração desempenham um papel importante na doutrina militar do Irão. Preenchem o vazio causado pela falta de combatentes em posição avançada que os inimigos e rivais do Irão possuem”, diz ao Expresso Javad Heirannia, do Centro de Investigação Científica e Estudos Estratégicos do Médio Oriente, de Teerão. “Por outro lado, estas forças podem criar um equilíbrio assimétrico na região a favor do Irão e dos seus aliados. Cada uma destas forças tem um papel importante na rede de dissuasão do Irão.”