A ocupação israelita da Palestina é o problema útil que, no Médio Oriente, consegue simular uma solidariedade entre comunidades distantes e tantas vezes desavindas como árabes e persas, sunitas e xiitas, tribos magrebinas e clãs do Golfo. Mas a guerra na Faixa de Gaza e a incerteza em torno do Estado palestiniano mostram que nenhum país da região escapa ileso ao seu potencial agitador.
“A questão da Palestina continua a ser muito central para os Estados árabes e para a opinião pública”, diz ao Expresso o historiador Eugene Rogan, autor do livro “The Arabs: A History” (sem edição portuguesa). “Os países que normalizaram relações com Israel ao abrigo dos Acordos de Abraão enfrentam oposição popular. No Egito e na Jordânia, que têm tratados de paz com Israel, a opinião pública apoia fortemente os direitos humanos e políticos palestinianos, forçando os seus governos a distanciarem-se de Israel. Os recentes acontecimentos convenceram os governos de toda a região da necessidade de abordar a questão palestiniana após anos de negligência, e servirão para isolar Israel até que a fase militar termine e o processo político comece.”
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