Gershon Baskin, israelita, académico e negociador de reféns, esteve em contacto com Ghazi Hamad, palestiniano, ex-ministro de Gaza e membro do comité político do Hamas, desde os primeiros momentos do ataque de 7 de outubro.
Ao longo dos últimos 18 anos tinham falado mais de mil vezes ao telefone. Encontraram-se presencialmente algumas vezes e trocavam mensagens com frequência. Hamad era o homem de Baskin entre a linha dura do Hamas, o ministro razoável com quem se podia falar sobre soluções políticas, da importância de preservar vidas, do direito dos dois países à existência. Em menos de 20 minutos, no dia 1 de novembro, essa ponte ruiu e no seu lugar nada nasceu além de, diz Baskin ao telefone com o Expresso, “uma total incompreensão” sobre o que estava a desenrolar-se à sua frente.