Na Faixa de Gaza, o trauma é um processo de longo prazo. As marcas que cinco guerras deixaram em quem lá vive não tinham sequer começado a desaparecer. Com o apoio psicossocial da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês), são disponibilizados “espaços recreativos” que não chegam a ajudar a lidar com o trauma, mas, pelo menos, “quebram a rotina de medo e de desespero por alguns minutos”, contava ao Expresso Marta Lorenzo, diretora da UNRWA na Europa, horas antes de Israel começar a sua incursão terrestre no território.
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“Muitas crianças em Gaza sofrem ataques de pânico, algumas deixaram de falar”: diretora de agência palestiniana da ONU denuncia “catástrofe”
Até as agências de assistência humanitária da ONU dedicadas aos palestinianos poderão deixar de ter condições de operar no terreno. Nesta entrevista ao Expresso, Marta Lorenzo, diretora na Europa da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinianos, admite que as condições são “catastróficas” para toda a população, sobretudo para as crianças e para as mulheres grávidas, mas também para os trabalhadores humanitários, que veem o seu trabalho comprometido. E já estão a ser feitas “escolhas dolorosas” por uma questão de sobrevivência