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Guerra no Médio Oriente

Europa e Guterres à procura do tom certo para ajudar Gaza sem irritar Israel

Líderes europeus descolam do apelo da ONU para um cessar-fogo e tentam consenso para pressionar a entrada de ajuda em Gaza. Há países que apoiam o apelo a um cessar-fogo humanitário pedido por António Guterres — como Portugal, Irlanda ou Espanha, mas outros consideram que ir por esse caminho põe em causa o direito de Israel a defender-se do Hamas. Alemanha, Áustria, Letónia ou Chéquia entendem que este não é o momento de pedir contenção

Yocheved Lifshitz, de 85 anos, fala aos jornalistas em Telavive depois de ter sido libertada. Esteve como refém entre 7 e 24 de outubro
ERIK MARMOR/AFP via Getty Images

A semântica tem desempenhado um papel central na gestão de posições sobre o conflito no Médio Oriente. Que o digam António Guterres e a União Europeia. Se o primeiro foi alvo de um pedido de demissão por parte dos israelitas, por querer contextualizar o conflito e afirmar que o ataque do Hamas “não aconteceu do nada”, os 27 passaram a semana em intensas negociações para chegar a uma posição conjunta que os faça ter voz para influenciarem o conflito. UE e Nações Unidas terão de cooperar para fazer chegar a ajuda humanitária a Gaza, mas não há colagem de posições.

Há países que apoiam o apelo a um cessar-fogo humanitário pedido por António Guterres — como Portugal, Irlanda ou Espanha, mas outros consideram que ir por esse caminho põe em causa o direito de Israel a defender-se do Hamas. Alemanha, Áustria, Letónia ou Chéquia entendem que este não é o momento de pedir contenção. E ontem à entrada para a cimeira da UE, o chanceler alemão disse que “não tem dúvidas” de que “o exército israelita observará as regras que decorrem do direito internacional” porque “Israel é um Estado democrático que se rege por princípios muito humanitários”. Há, no entanto, quem aponte erros a Telavive, como o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, que avisa que o direito à autodefesa “não pode ser uma desculpa para ações indiscriminadas” de Israel.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.