Exclusivo

Guerra no Médio Oriente

Perto de duas centenas de reféns do Hamas aguardam libertação: Catar é quem “mais tem feito” pela mediação

De entre mais de 200 reféns, o Hamas libertou para já quatro mulheres. No palco internacional há vários atores envolvidos no processo de facilitar a saída de mais pessoas, com destaque para o Catar. “Há três mediadores efetivamente a trabalhar na libertação dos reféns e um falso mediador que quer receber louros de coisas que não está a fazer”, descreve o académico Tiago André Lopes

ABIR SULTAN

No dia em que o Hamas avançou com um ataque surpresa contra Israel, deixou 1400 mortos à passagem e incertezas em relação ao futuro de outras duas centenas. Estima-se que mais de 200 pessoas, entre elas crianças e idosos, tenham sido sequestradas por militantes do Hamas a 7 de outubro. Não tardou até que o Hamas sugerisse usá-los como escudo – contra os bombardeamentos de retaliação lançados por Israel a Gaza, e cujas mortes ascendem aos milhares – ao ameaçar executar reféns israelitas se estes ataques não parassem. Mas duas semanas depois, a intervenção de intermediários começou a dar resultados.

Primeiro foram libertadas duas reféns norte-americanas. Judith Raanan e a sua filha de 17 anos, Natalie, reencontraram-se com a liberdade na sexta-feira, quando foram entregues a forças israelitas na fronteira da Faixa de Gaza. Esta segunda-feira seguiu-se a libertação de duas reféns israelitas identificadas como Nurit Yitzhak and Yochved Lifshitz.