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Guerra no Médio Oriente

“O Hamas não é terrorista, é uma organização patriótica que defende o seu povo e o seu território”: Erdogan personifica revolta muçulmana

O Presidente turco apelidou o Hamas de organização patriótica, e critica severamente Israel e o Ocidente. A proximidade ao Hamas e a retórica abrasiva têm levado Israel e os EUA a ignorar os esforços de mediação turcos. Os americanos dizem publicamente que as quatro reféns até agora libertadas devem-se sobretudo à mediação do Catar e os israelitas confiarão mais no Egito, que sempre manteve distâncias em relação ao Hamas

Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan
MURAT CETINMUHURDAR/REUTERS

“O Hamas não é terrorista, mas uma organização patriótica que defende o seu povo e o seu território”, disse esta quarta-feira à tarde Recep Tayyip Erdogan, o Presidente turco, num contundente discurso perante o grupo parlamentar do seu partido (AKP, partido da Justiça e Desenvolvimento, islamita e nacionalista), no Parlamento em Ancara. “São mujahids (guerreiros santos)”, classificou.

Erdogan, que nos primeiros dias após o conflito tinha adotado uma retórica neutral, procurando não tomar partido, e oferecendo a mediação turca, tem ficado crescentemente exasperado com a ofensiva de Israel sobre Gaza, adotando a sua habitual retórica pró-palestiniana.