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Guerra no Médio Oriente

Israel fez mais uma incursão em Gaza. Missão: destruir a ideia de um país

Israel entrou em Gaza de novo, com o objetivo de identificar objetivos militares e preparar terreno para o que espera possa revelar-se, nos próximos dias, uma incursão mais longa. Mesmo que os nomes mais influentes da liderança do Hamas venham a ser presos ou mortos, a ideia de uma Palestina independente vai permanecer, provavelmente reforçada pelas imagens de sofrimento que todos os dias chegam de Gaza. Há um plano pós-guerra?

Operações de resgate após ataque aéreo na Faixa de Gaza
MOHAMMED SABER

A história das tentativas dos palestinianos em criar um Estado independente está cheia de mártires. É este o nome dado aos que morrem a lutar por essa ideia. Alguns sucumbiram em guerras declaradas, outros em revoltas e protestos localizados, vários foram assassinados nos seus carros, hotéis e apartamentos em países estrangeiros, outros desapareceram ou entraram em exílios forçados e silenciosos. Tendo esmorecido em diversos períodos do século XX, se há algo que nunca morreu foi a resistência política dos palestinianos - e esse é o maior problema que Israel tem neste momento, enquanto pondera o que fazer em Gaza. O outro é convencer os seus aliados de que está a ter em consideração a população civil que vive enclausurada e sob bloqueio nesse pequeno território com o mar de um lado e o exército israelita do outro.

Israel fez mais uma incursão terrestre na Faixa de Gaza na madrugada de quinta-feira, informaram, através de um comunicado publicado da rede Telegram, as Forças de Defesa de Israel (conhecidas pela sua sigla em inglês, IDF). É a segunda vez que os tanques israelitas entram em Gaza com o objetivo de, lê-se no comunicado, “preparar as novas fases do combate”.