Ao mesmo tempo que se vive a iminência da entrada terrestre do exército israelita em Gaza, depois de Israel ter assumido que aumentará a partir deste sábado a intensidade dos ataques, a Cimeira da Paz realizada no Cairo, Egipto, para discutir a “questão palestiniana”, terminou sem uma declaração conjunta dos 34 países e organizações presentes.
O Egipto, país que convocou a reunião, emitiu uma nota na qual agradece o esforço na procura de um consenso, acima das posições políticas ou religiosas, para enfrentar esta crise e a situação entre Israel e a Palestina, com especial foco para a Faixa de Gaza. Mas, num comunicado divulgado pela presidência egípcia, o país organizador criticou fortemente a fronteira entre os países árabes e os países ocidentais.
“Enquanto vemos um lado a condenar prontamente o assassinato de pessoas inocentes, do outro lado vemos uma hesitação incompreensível em denunciar o mesmo ato. Vemos até tentativas de justificar este assassinato, como se a vida do ser humano palestinano fosse menos importante do que o de outras pessoas.”, pôde ler-se no comunicado.
Desde o primeiro momento constatou-se que entre os participantes na reunião havia um consenso a favor da ideia de reactivar a solução de “dois Estados”, proposta em 1974 pela ONU.
No entanto, também foi notada a lacuna de sensibilidade entre o mundo árabe e o Ocidente no que diz respeito à avaliação da situação dos palestinianos, com fontes árabes a informarem a agência espanhola EFE que a declaração final não foi produzida, apesar do acordo sobre muitas questões, devido à recusa europeia em responsabilizar Israel pelas mortes de civis e em exigir um cessar-fogo.