O confronto entre o Hamas e Israel não está contido. Para lá das linhas geográficas que há décadas geram tensões – e vítimas –, foram surgindo ao longo das últimas duas semanas outros atores com interesses na região. Um dos mais audíveis tem sido o Irão, com um tom de ameaça que cresce paralelamente aos receios de ofensiva terrestre israelita na Faixa de Gaza.
Numa altura em que Gaza enfrenta bombardeamentos em retaliação pelo ataque do Hamas de 7 de outubro e um cerco que limita o acesso de cerca de dois milhões de pessoas a água, comida e eletricidade, o Irão deixou um alerta a Israel: a continuidade de agressões contra palestinianos levaria a uma escalada e um ataque à Faixa de Gaza abriria “novas frentes de resistência” no Médio Oriente.
“Se as agressões sionistas não pararem, as mãos de todas as partes na região estão no gatilho”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amirabdollahian, citado pela agência Reuters. No seguimento do ataque a um hospital em Gaza – de que Israel e as milícias palestinianas se acusam mutuamente –, o porta-voz do Ministério iraniano defendeu que a comunidade internacional deve “investigar as dimensões deste crime de guerra e processar os sionistas criminosos”.