Yossi Landau, de 55 anos, nunca tinha visto nada assim. Voluntário da organização Zaka, um grupo de emergência assente no trabalho voluntário, chegou ainda no sábado a Be'eri, um kibutz (comunidade agrícola) israelita e a maior das 12 aldeias que compõem o conselho regional de Eshkol, que fica ao longo da fronteira com Gaza. Equipado com um macacão branco e capacete e máscara cor de laranja, tinha uma missão pela frente: cobrir e recolher todos os corpos deixados em casas vandalizadas e também pelas ruas.
Naquela comunidade fundada dois anos antes do Estado de Israel, e onde viviam 1200 habitantes, morreram 108 pessoas, o que faz de Be'eri um dos locais com mais mortes registadas desde o fim de semana.
Quando olhou em volta, os olhos de Yossi Landau, que trabalha numa empresa de transportes internacionais, mas há muito tempo se dedica a missões deste tipo, assimilaram sinais evidentes dos horrores levados a cabo por elementos do Hamas, que, há dias, invadiram e atacaram o sul de Israel. Há relatos destes a surgir um pouco por toda a linha que acompanha a Faixa de Gaza. Quanto a Kfar Aza, uma das aldeias que ganhou maior notoriedade, pelos boatos que circularam de que dezenas de bebés e crianças teriam sido ali decapitadas, a sequência de declarações e desmentidos por parte das autoridades de Israel, mas até do Presidente dos EUA, Joe Biden, tem gerado grande incerteza.