“Quem alegar que o ataque a Israel foi planeado por não-palestinianos está a fazer um erro de cálculo”. Eis o título do texto de abertura do site do jornal iraniano “Tehrantimes.com”, cujo lead, nas palavras do ayatollah Khamenei, líder supremo do país, atribui o ataque terrorista a Israel ao comportamento dos “próprios sionistas”.
“Quando a injustiça e o crime exageram, quando a selvajaria atinge o seu auge deve esperar-se a tempestade”, afirmou Khamenei esta terça-feira durante uma cerimónia de cadetes das forças armadas na Universidade Ali Army de Teerão, citado pelo “Tehrantimes.com”.
O líder iraniano afirmou não ter havido envolvimento do Irão no ataque do Hamas a Israel, porém saudou aquilo a que chamou “irreparável” derrota militar e dos serviços de informação de Israel: “Beijamos as mãos dos que planearam o ataque ao regime sionista”, disse no seu primeiro discurso televisivo após o ataque. “São as próprias ações do regime sionista que devem ser culpadas por este desastre”, acrescentou Khamenei.
Segundo aquele jornal iraniano, o ayatollah avisou que “os responsáveis e decisores do regime usurpador e os seus apoiantes devem ficar a saber” que os bombardeamentos sobre Gaza vão levar a “um estalo mais pesado nas suas caras feias”.
As palavras do líder iraniano são cheias de significado, porém “este ataque foi claramente pensado e impulsionado pelo Irão”, diz ao Expresso Germano Almeida, comentador da SIC, sustentando que o Hamas “nunca teria capacidade para fazê-lo sozinho”.
Israel sobe o tom da ameaça
Ao mesmo tempo, os militares israelitas declaravam que os operacionais do Hamas não “tinham onde se esconder” em Gaza e que a sua força aérea faria ataques aéreos intensivos em vagas a cada quatro horas. “Vamos atingi-los em toda a parte”, declarou Daniel Hagari, porta-voz do exército israelita, durante um briefing, citado pelo jornal “The Guardian”. A força áerea israelita anunciou nas redes sociais estar em vias de “lançar um ataque extensivo contra os alvos da Faixa de Gaza da organização terrorista Hamas”.