A Defesa Civil de Gaza anunciou hoje que, pelo menos, 27 pessoas foram mortas e 90 ficaram feridas enquanto aguardavam o acesso a um centro de apoio humanitário, no sul do território palestiniano em consequência de um ataque do exército israelita com tanques e drones.
"As forças de ocupação israelitas abriram fogo com tanques e drones contra milhares de civis que se tinham reunido desde a madrugada perto da rotunda de Al-Alam, na região de Al-Mawasi, a noroeste de Rafah", disse à agência AFP o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal.
O exército de Israel disse que dispararam após identificar "suspeitos" perto do centro de ajuda da Fundação Humanitária de Gaza, uma origanização criada recentemente pelos Estados Unidos e Israel. As tropas efetuaram um "disparo de aviso", após os suspeitos não se terem afastado do local. "Outros tiros foram disparados contra alguns suspeitos que avançaram em direção às tropas", explicaram ainda, citados pela BBC.
O ataque é semelhante ao já realizado no domingo, que vitimou pelo menos 31 pessoas e quase 200 ficaram feridas.
Este anúncio surge numa altura em que o exército israelita intensificou as suas operações militares na Faixa de Gaza com o objetivo declarado de assumir o controlo total.
O exército israelita anunciou também esta terça-feira que três soldados morreram no norte da Faixa de Gaza, elevando para 424 o número de soldados israelitas mortos no território palestiniano desde o início da operação terrestre em 27 de outubro de 2023.
"Os nomes dos três soldados mortos estão autorizados a ser publicados", afirmou um comunicado do exército israelita, acrescentando que os três tinham morrido no norte da Faixa de Gaza.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 54 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.