Tudo começou com uma mensagem de voz na qual, alegadamente, um clérigo da comunidade drusa, Marwan Kiwan, insulta o profeta Maomé e critica as práticas do Islão. Estávamos nos últimos dias de abril quando a mensagem começou a circular numa universidade da cidade de Hama, a norte de Damasco, e foi aí que as autoridades registaram os primeiros incidentes de violência contra drusos, minoria religiosa considerada um ramo do xiismo, mas com práticas e crenças influenciadas pelo budismo, cristianismo, e até por Platão e Sócrates. Considerados muito mais liberais do que a maioria dos muçulmanos - um rótulo que a maioria rejeita - sentem que têm cada vez menos espaço numa Síria que é hoje controlada por um Governo de homens que até há poucos meses faziam parte de grupos declaradamente jiadistas.
Exclusivo
Comunidade drusa em choque com violência sectária na Síria. Israel bombardeia para “ajudar”, mas com que intenção?
A comunidade drusa foi a última a sofrer a fúria do radicalismo islâmico como a qual algumas milícias, mais ou menos ligadas ao novo Governo, continuam a atormentar as minorias na Síria. Uma mensagem de áudio desencadeou a matança - até Israel intervir. O que esta nova onda de violência nos diz sobre o futuro da Síria e sobre as reais intenções dos israelitas na região?