A combatente não se rende. Encarcerada desde 2021 na prisão de Evin, a mais tenebrosa do regime islamita, cumpre pena de treze anos e nove meses, suspensa no passado dia 4 de dezembro, durante 21 dias, para ser tratada a um tumor na perna direita. Esse tempo já passou, pelo que a qualquer momento pode voltar para trás das grades. “É certo que vivo com essa possibilidade, mas não conseguiram roubar-me o riso, as canções e a vitalidade. Fiz da prisão a minha segunda casa e já não a temo”, assegura, nesta entrevista exclusiva ao Expresso, a que respondeu através da internet.
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Narges Mohammadi, iraniana e Nobel da Paz em 2023: “A República Islâmica utiliza as execuções como instrumento de terror contra as mulheres”
Narges Mohammadi (Zanjan, Irão, 1972) foi galardoada em 2023 com o prémio Nobel da Paz pelo seu perseverante ativismo a favor dos direitos humanos num país como o Irão, onde a mulher vive na idade da pedra. Na última década, foi detida 13 vezes, condenada em nove ocasiões e sentenciada a 36 anos de cadeia e 154 chicotadas por ser “feminista”