As estradas de terra batida serpenteiam, estreitas, por entre montanhas de entulho. Há retroescavadoras a abrir novas ruas por entre os destroços de prédios, outras trabalham para alargar as que já existiam mas estão agora entupidas de ferro, cimento, vidro, os elementos necessários à construção de milhares de casas pulverizadas pelo exército de Bashar al-Assad e pelas guerras rua a rua entre as várias fações que durante os últimos 14 anos dominaram as ruas do campo de refugiados de Yarmouk, nascido em 1957 para acolher os palestinianos expulsos de terras onde existe agora o Estado de Israel.
A destruição é de tal forma apocalíptica que chega a parecer fabricada, como se um qualquer Governo tivesse decidido construir três quilómetros quadrados de ruínas, um parque temático para ensinar às gerações futuras o que é uma guerra. Nas ruas principais não resta um único prédio com aspeto viável, mas algumas pessoas habitam-nos, e até regressam de outros locais para viver nestes esqueletos de betão com a sustentabilidade dos alicerces carcomida por milhares de buracos de balas. Um fio com roupa colorida a secar une dois compartimentos vazios.