Monira saiu cedo do quarto. Ainda não eram 3h. Não precisa de dormir muito durante os três dias mais importantes da sua vida religiosa. Não vai perdê-los. Veste-se em silêncio, cobre-se com várias camadas de sedas negras que lhe esfumam as formas e sai. Lá fora ouvem-se cânticos e tambores. Passam bandeiras com o rosto do imã Husein.
Por volta das 9h regressa com um ar preocupado, não tira os olhos do telefone. “O meu filho estava em casa dos avós, no sul, agora mesmo durante o ataque, disse que foi o mais violento de que se lembra.”
O filho mais velho, este que está a relatar-lhe o rescaldo do ataque “preventivo” de Israel contra as posições da milícia libanesa xiita do Hezbollah, é ele mesmo soldado desta milícia, tal como o marido. Não puderam vir com ela porque a guerra pode alastrar a qualquer momento e eles podem ser mobilizados.