Exclusivo

Médio Oriente

Erdogan entre a Aliança Atlântica e a Ásia: “Posição turca na NATO tem saído reforçada nos últimos anos”

Presidente turco quer jogar em todos os tabuleiros, e está disposto a complementar as suas alianças com o Ocidente aderindo a outras plataformas políticas e económicas. Em Washington, na cimeira da NATO, irá promover o papel geopolítico essencial da Turquia, o combate ao PKK e às milícias curdas sírias

Presidente Tayyip Erdogan e o seu homólogo russo Vladimir Putin juntos durante a cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, em Astana, capital do Cazaquistão, a 3 de julho
Gavriil Grigorov/Reuters

Tal como o avião presidencial turco, que bascula de um lado ao outro do globo, também a política externa e as alianças que o Presidente Recep Tayyip Erdogan procura estabelecer abarcam os mais diversos blocos e orientações políticas.

As deambulações de Erdogan – ou do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Hakan Fidan, que esteve na China e na Rússia nos últimos dois meses, levam vários países ocidentais a questionar se Ancara não estará a afastar-se das suas tradicionais alianças a ocidente.

Num espaço de poucos dias, Erdogan reuniu-se com Vladimir Putin, com o seu homólogo chinês Xi Jinping, e irá estar esta semana com Joe Biden e vários chefes de Estado de países da NATO. No mês passado, a Turquia reiterou o seu interesse em aderir aos BRICS. Na semana passada, Erdogan participou em Astana, a capital do Cazaquistão, na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês), um bloco de cooperação na área da segurança, estabelecido pela China e pela Rússia como contraponto à NATO. Esta semana estará em Washington, na cimeira da Aliança Atlântica, na sua qualidade de chefe de Estado de um dos países fundadores da NATO, e uma peça fundamental para a segurança da Europa.