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Médio Oriente

Tira-teimas eleitoral no Irão: dois candidatos a Presidente, duas propostas de país (sem pôr em causa o regime religioso)

A taxa de afluência às urnas na primeira volta das eleições presidenciais do Irão registou um mínimo histórico. Confrontados com a urgência em recuperar eleitorado, um ultraconservador e um reformista disputam, esta sexta-feira, a corrida final de acesso ao poder. Apesar de nenhum deles rejeitar o regime religioso, Saeed Jalili e Masoud Pezeshkian têm diferentes propostas para o Irão — da relação com o Ocidente ao uso obrigatório do hijab, do acordo nuclear à forma de acabar com as sanções
Saeed Jalili (à esquerda) e Masoud Pezeshkian cumprimentam-se durante um debate eleitoral
MORTEZA FAKHRI NEZHAD / IRIB / WANA / REUTERS

O Irão realiza, esta sexta-feira, a segunda volta das eleições presidenciais. Opõem-se o reformista Masoud Pezeshkian e o ultraconservador Saeed Jalili. Nenhum dos dois renega a República Islâmica, mas enquanto Jalili, de 58 anos, é um principialista — apologista do modo de vida dos primórdios da Revolução de 1979 —, Pezeshkian, de 69, defende a reforma do regime.

Na primeira volta, Pezeshkian foi o candidato mais votado, com 10.415.991 sufrágios em urna (44,36%). Jalili ficou a curta distância, com 9.473.298 de votos (40,35%). A taxa de participação ficou-se pelos 39,93%, um novo mínimo de afluência na história da República Islâmica.

Confrontados com a urgência em recuperar eleitorado, num contexto em que as eleições pouco interesse despertam, Jalili e Pezeshkian apresentam diferentes propostas para o Irão — da relação com o Ocidente ao uso obrigatório do hijab.