No sábado à noite, o Irão tornou-se o primeiro Estado soberano a atacar diretamente Israel em 33 anos. Os iranianos lançaram centenas de mísseis e drones contra território israelita, colocando um dilema a Benjamin Netanyahu. Antes deste fim de semana, o Irão não retaliava com tamanha força. “Teria sido um erro estratégico não atacar”, considera Nizar Farsakh, formador em liderança, negociações e defesa de direitos com mais de 20 anos de experiência no Médio Oriente, e investigador da George Washington University. Mas a resposta não foi a adequada, explica ao Expresso o analista. “O assassinato de um oficial israelita de alta patente teria sido indiscutivelmente uma resposta mais proporcional que dissuadiria Israel de uma nova escalada, mas parece que os iranianos não têm essa capacidade.
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Como vai Netanyahu responder ao Irão? “Pela primeira vez, Israel está de facto sob ameaça real”
Há muitos fatores que contribuem para uma escalada do conflito no Médio Oriente: Israel sente-se vencido, depois de o Irão ter lançado sobre o seu território um ataque sem precedentes, e, além de os israelitas “precisarem” de contra-atacar para repor o seu poder de dissuasão na região, os iranianos podem considerar que não derramaram sangue suficiente, após a morte dos seus oficiais na embaixada na Síria. Um alívio das tensões é, para já, a hipótese menos provável