Apesar de não ter havido eleições, a Palestina tem novo Governo, empossado este domingo em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, após certa pressão da comunidade internacional e, sobretudo, dos Estados Unidos para reformar a política palestiniana e injetar-lhe sangue novo. A mudança não traz grande esperança: “O novo Governo é considerado uma continuação do anterior e não ganha a confiança da população”, afirma ao Expresso o investigador Shaul Bartal, do Instituto do Oriente da Universidade de Lisboa.
Entre cidadãos de Gaza, mulheres e licenciados nos Estados Unidos, o novo Executivo é composto por 23 ministros e foi escolhido por altos funcionários do partido Fatah, do Presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (AP), Mahmoud Abbas. Este está no poder há quase duas décadas e reúne pouco apoio e legitimidade entre o seu povo, tendo o seu mandato acabado em 2005. “Trata-se de um governo semelhante ao que foi substituído, não há qualquer mudança real”, diz Bartal, especialista em Estudos do Médio Oriente.