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Guerra na Ucrânia

Quem decidirá o local das negociações anunciadas por Trump sobre a Ucrânia: os europeus ou os russos? E quais as opções em cima da mesa?

A escolha do lugar para um encontro entre Donald Trump, Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin fará “parte fundamental da narrativa”. Macron propôs Genebra como sede da cimeira, e os suíços prometeram a Putin imunidade caso as conversações de paz ali se realizassem. A Hungria pode ser um cenário menos provável, dada a dificuldade de encará-la como país “neutro”. Que soluções podem ser encontradas? E o que pode cada localização fazer antever sobre o desfecho das conversações?

Donald Trump e Vladimir Putin no Alasca
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“A próxima vez em Moscovo?” Ao repto de Vladimir Putin, lançado no Alasca, o seu homólogo norte-americano respondeu com algum entusiasmo: “Essa é interessante. Vou ser um pouco criticado por isso, mas acho que pode acontecer”. Até à data, apenas oito presidentes norte-americanos realizaram um total de 21 viagens à Rússia (incluindo seis à antiga União Soviética), mas essas deslocações já não acontecem desde 2013. Após a Cimeira de Bucareste (sobre uma eventual adesão da Geórgia e da Ucrânia à NATO), Barack Obama visitou a Rússia por duas vezes enquanto Presidente dos EUA: em Moscovo, em 2009, quando se encontrou com Dmitry Medvedev e Putin (então primeiro-ministro), e em São Petersburgo, em 2013, para a conferência do G20.

Nenhum Presidente norte-americano pisou em solo russo desde então, e a próxima vez que Putin e Trump estarão frente a frente será para um encontro trilateral, a contar com a presença de Volodymyr Zelensky. Como veio demonstrar a reunião do Alasca — terras que a Rússia vendeu aos Estados Unidos em 1867, em parte devido à guerra que decorreu alguns anos antes na Crimeia, península que o Império Russo anexou em 1783, sob a liderança de Catarina, a Grande, e que provou a dificuldade russa em manter territórios distantes —, a escolha do lugar para as negociações faz parte da narrativa.