África tornou-se um teatro mais importante para a Rússia depois da invasão da Ucrânia, em 2022, ao proporcionar-lhe um palco para mostrar que Moscovo continua a ser bem vista e encarada como capital de uma grande potência. Vários analistas têm referido que, por causa da nova centralidade africana, a Rússia investe pesadamente em campanhas de desinformação ali, com argumentário em que loas ao mundo multipolar estão sempre presentes.
É fácil de compreender: “Com os seus 54 votos na Assembleia-Geral da ONU, África também pode fornecer alguma cobertura para as violações flagrantes da Carta das Nações Unidas pela Rússia”, diz ao Expresso Joseph Siegle, que lidera as investigações e comunicações estratégicas do Centro de Estudos Estratégicos de África, e que estuda o papel de “atores” estrangeiros — incluindo a Rússia — no continente africano. “África é mais importante para a Rússia do que a Rússia é para África.”