Guerra na Ucrânia

França desmente manter "mercenários" na Ucrânia após alegações da Rússia

"A França não tem 'mercenários', nem na Ucrânia nem noutro local, ao contrário de outros. Trata-se de uma nova manipulação grosseira russa. Não se deve conceder importância, como sucedeu com afirmações precedentes e às que não deixarão de surgir", afirma o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês. Na quarta-feira, a Rússia reivindicou um ataque efetuado na véspera contra um edifício onde estariam deslocados "mercenários franceses" em Kharkiv, na Ucrânia

STRINGER/Reuters

O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês assegurou nesta quinta-feira que França "não tem mercenários" na Ucrânia, após Moscovo ter afirmado que atingiu na terça-feira uma instalação em Kharkiv (nordeste) onde também estariam alojados "mercenários franceses".

"A França não tem 'mercenários', nem na Ucrânia nem noutro local, ao contrário de outros. Trata-se de uma nova manipulação grosseira russa. Não se deve conceder importância, como sucedeu com afirmações precedentes e às que não deixarão de surgir", acrescentou o Quai d'Orsay.

Na quarta-feira, a Rússia reivindicou um ataque efetuado na véspera contra um edifício onde estariam deslocados "mercenários franceses" em Kharkiv, a segunda cidade da Ucrânia, e que segundo as autoridades locais provocou ferimentos em 17 civis.

"O ministério da Defesa russo afirma ter matado 'mercenários franceses' mas na realidade atingiram infraestruturas energéticas e médicas", reagiu a organização não-governamental (ONG) All Eyes on Wagner em mensagem na rede social X.

Estas acusações russas surgiram na sequência de um anúncio na terça-feira pelo Presidente Emmanuel Macron sobre o fornecimento a Kiev de outros 40 mísseis de longo alcance Scalp e a assinatura de um acordo de segurança com a Ucrânia.

Os aliados da Ucrânia também anunciaram nesta quinta-feira em Paris uma "coligação de artilharia" para responder às urgentes necessidades de armamento de Kiev.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.