Oito da manhã, os alunos do 3.º B já estão todos sentados. Remexem nas mochilas, espreguiçam-se, sorriem, mas conversam pouco, intimidados pelo olhar da professora. “Meninos, lembrem-se: as malinhas de emergência ficam na prateleira debaixo da mesa, com os telemóveis. Se, de repente, a sirene soar, agarramos nas malinhas e, com calma, sem pânico, alinhamo-nos e seguimos para o abrigo.” Iryna Vintonik repetiu a explicação três vezes, para ter a certeza que a mensagem passou. São 16 alunos e estão todos juntos pela primeira vez desde fevereiro de 2022.
A região de Dnipro é considerada pré-frente, logo ao lado, em Zaporíjia, decorrem combates. Por isso, ao contrário de muitas outras regiões do país que já no ano passado regressaram à forma presencial de ensino, aqui as aulas só foram permitidas pelo Ministério da Educação depois de estudadas as condições de segurança. Um abrigo em bom estado é, naturalmente, um dos aspetos essenciais.