Bandeiras russas penduradas nas ruas e o símbolo “Z” escrito nos carros do Kosovo do Norte não significam que os sérvios que ali vivem entrarão na guerra lado a lado com Moscovo. Escancaram, ainda assim, uma mensagem clara ao Ocidente, em particular, aos Estados Unidos da América. A região, de maioria étnica sérvia, está em contraciclo com o resto do país, onde os albaneses, que apoiam maioritariamente a Ucrânia, representam mais de 90% da população. Orhan Dragaš, um especialista sérvio em segurança e relações internacionais, tem observado o movimento no Kosovo do Norte, e conta ao Expresso que é sem surpresa que vê o (pouco ruidoso) apoio a Vladimir Putin.
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"Mito da irmandade eslava" e "manipulação anti-Ocidente": sérvios acreditam que Putin os vai salvar
Muitos sérvios, sobretudo no Kosovo do Norte, ainda alimentam ressentimentos em relação à NATO, pelo bombardeamento de 1999. Por outro lado - e consequentemente - encaram a Rússia de Vladimir Putin como um potencial salvador. Orhan Dragaš, analista sérvio em segurança e relações internacionais, diagnostica, no entanto: “Os interesses dos sérvios no Kosovo ou na Sérvia não existem; existem apenas os objetivos imperiais da Rússia de Putin, em que Kosovo, sérvios e Sérvia são apenas um elemento para atingir um fim"