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França debate orçamento com 'cheiro' a "troika" (e nem os feriados escapam)

O primeiro-ministro francês propôs eliminar dois feriados para que todo o país “trabalhe mais”. Analistas locais e responsáveis de instituições públicas – como Pierre Moscovici, presidente do tribunal de contas local – duvidam do impacto real da medida, uma entre muitas que visam frenar uma dívida pública tida como “fora de controlo”

Pierre Moscovici lidera o Tribunal de Contas francês desde 2020, nomeado pelo Presidente, Emmanuel Macron
Julien de Rosa/Getty Images

Os últimos dias da vida política francesa podem despertar uma forte sensação de déjà vu a quem viveu os anos de penúria da "troika" em Portugal, que obrigou a um aperto do cinto sem precedentes na despesa pública para evitar uma mais do que provável bancarrota com consequências imprevisíveis. França não está nessa situação, garantem os responsáveis políticos do país, mas o discurso é igualmente dramático.

Com o objetivo de estancar os altos défices públicos e o aumento do endividamento, na segunda-feira, 15 de julho, o primeiro-ministro, François Bayrou, anunciou um conjunto de medidas que visam reduzir a despesa pública em €44 mil milhões através de cortes, cortes e mais cortes e até nos feriados, realidade que os portugueses, então, também conheceram.