O caso que adiou (e pode mesmo ter destruído) as ambições presidenciais de Le Pen remonta a 2015, ano em que o Parlamento Europeu enviou documentos às autoridades francesas que levantavam dúvidas sobre utilização danosa de fundos, devido ao número atipicamente elevado de contratos com assistentes parlamentares que trabalhavam a tempo inteiro ou parcial, entre 2004 e 2016, para a Frente Nacional (nome que então tinha o seu partido, hoje Reagrupamento Nacional). Segunda-feira, os juízes apresentaram um acórdão com mais de 150 páginas, baseado em provas que parecem suficientes para blindar o caso contra suspeitas de que a decisão tenha tido motivações políticas.
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“Je suis Marine”: populistas de todas as latitudes apoiam Le Pen contra tribunais, e isso é toda uma nova forma de ver o mundo
Dirigentes da extrema-direita por todo o planeta, uns no ativo e outros envoltos nos seus próprios casos judiciais, juntaram as vozes à de Marine Le Pen num coro de críticas à sentença, proferida segunda-feira por um tribunal de Paris, que a inibe de participação política com efeito imediato até 2027. O descrédito constante do poder judicial é um dos trilhos mais perigosos que o populismo abriu na política mundial