É este domingo que se vai conhecer o rosto do novo primeiro-ministro francês, depois de Emmanuel Macron ter convocado eleições graças aos maus resultados do seu partido nas europeias. As urnas para a segunda e última volta das eleições legislativas francesas já estão abertas (desde as 8h em França, 7h em Lisboa), mas os resultados só deveram ser conhecidos ao final da noite. Os dois nomes na disputa pela eleição são Jean-Luc Mélenchon, da esquerda radical, e Jordan Bardella, da extrema-direita.
As urnas estarão abertas até às 18h (17h em Lisboa) nas vilas e cidades pequenas ou até às 20h (19h em Lisboa) nas principais cidades do país, altura em que serão conhecidos os primeiros resultados. As previsões antecipam uma grande afluência às urnas, que poderá acabar por repetir os 66,7% da primeira volta, uma afluência que não se registava desde 1997.
Depois do sucesso eleitoral do partido Reagrupamento Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen e encabeçado pelo jovem de 28 anos, Jordan Bardella – que obteve os históricos 33,1% na primeira volta –, é esperado que a extrema-direita seja a grande vencedora destas eleições. Contudo, o objetivo de Le Pen de conquistar a maioria absoluta poderá ficar pelo caminho. De acordo com a sondagem divulgada na passada quarta-feira, dia 3, pelo instituto Toluna Harris Interactive, a União Nacional poderá conseguir entre 190 e 220 lugares dos 577 totais do Parlamento francês – para conquistarem a maioria absoluta necessitariam de 289.
Esta incapacidade de chegar à maioria absoluta, tão cobiçada por Le Pen, poderá ser resultado da ‘frente’ de esquerda que se formou para tentar impedir a vitória da extrema-direita. Contudo, a Nova Frente Popular (NFP), que junta socialistas, ecologistas e comunistas, e é liderada pela França Insubmissa (LFI, partido de esquerda radical de Jean-Luc Mélenchon) não deverá ir além do segundo lugar. De acordo com a mesma sondagem, ficará entre 159 e 183 lugares.
Já o Ensemble, agrupamento centrista e liberal encabeçado pelo Renascimento, partido do Presidente Emmanuel Macron, deverá obter entre 110 a 135 lugares. Depois de ter ficado pelos 20% na primeira volta, é esperado que a coligação apoiada por Macron volte a cair para o terceiro lugar.
Caso estes resultados se confirmem, a França poderá ficar numa situação de grande instabilidade política. Ou seja, sem uma maioria clara e sem partidos disponíveis para negociar uma coligação governamental, pode verificar-se um impasse, uma situação inédita em França nas vésperas de receber os Jogos Olímpicos, marcados para 26 de julho até 11 de agosto.