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França

Contra Marine Le Pen, Macron quer conquistar o terreno conservador

Presidente francês adota medidas para a educação inspiradas pela direita e assume defesa da ordem republicana. Toda uma reviravolta para quem foi ministro de um Governo socialista

O Presidente anunciou as novas medidas em conferência de imprensa no Eliseu
LUDOVIC MARIN/AFP/Getty Images

Lucas Sarafian, em Paris

Emmanuel Macron prometera, em dezembro, relançar o seu mandato, através de um “encontro com a nação”. Há semanas que muita gente se interrogava sobre como iria ser esse momento político. O suspense acabou esta terça-feira, quando o chefe de Estado escolheu o formato clássico da conferência de imprensa — muito longa, uma hora em horário nobre (às 20h) — para definir o rumo dos próximos e últimos três anos no poder. E esse rumo é claro: Macron vai tentar ocupar o terreno ideológico do conservadorismo.

A viragem é decisiva. O Presidente sempre declarou que fazia parte do campo progressista. Entre 2014 e 2016, foi ministro da Economia de um Governo socialista. Hoje continua a defender um “bloco central” que alie forças ecologistas, republicanas, pragmáticas e progressistas, mas adota um discurso com ressonâncias da direita.