Emmanuel Macron prometera, em dezembro, relançar o seu mandato, através de um “encontro com a nação”. Há semanas que muita gente se interrogava sobre como iria ser esse momento político. O suspense acabou esta terça-feira, quando o chefe de Estado escolheu o formato clássico da conferência de imprensa — muito longa, uma hora em horário nobre (às 20h) — para definir o rumo dos próximos e últimos três anos no poder. E esse rumo é claro: Macron vai tentar ocupar o terreno ideológico do conservadorismo.
A viragem é decisiva. O Presidente sempre declarou que fazia parte do campo progressista. Entre 2014 e 2016, foi ministro da Economia de um Governo socialista. Hoje continua a defender um “bloco central” que alie forças ecologistas, republicanas, pragmáticas e progressistas, mas adota um discurso com ressonâncias da direita.