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França

Elenco governativo de Gabriel Attal mostra que Macron virou à direita

O primeiro Executivo do novo primeiro-ministro inclui numerosas personalidades conservadoras. Os Republicanos, fragilizados por esta manobra, tentam relativizar as “dissidências” individuais. A esquerda sente que se confirmam as acusações que sempre fez a Emmanuel Macron

Gabriel Attal reuniu o seu primeiro Conselho de Ministros a 12 de janeiro de 2024
MICHEL EULER/AFP/Getty Images

Lucas Sarafian, em Paris

Horas antes da nomeação do novo Governo, François Patriat, chefe dos senadores macronistas e próximo do Presidente francês, gabava o perfil de Gabriel Attal, numa conversa telefónica com o Expresso. “Foi nomeado porque o Presidente queria uma surpresa e devolve ao quinquénio o seu ADN original: ultrapassar as clivagens”, afirmava um dos primeiros apoiantes do chefe de Estado, encantado por ver no poder um antigo militante socialista que apraz à direita, sobretudo pelas suas posições sobre laicidade.

Quando, porém, o secretário-geral do Eliseu, Alexis Kohler, anunciou pouco antes das 20h de quinta-feira quem eram os 11 ministros e três secretários de Estado, ficaram dúvidas sobre se era possível continuar a falar de “ultrapassar as clivagens”, como teoriza Emmanuel Macron.