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Espanha

Novo governo do País Basco quer rever estatuto de autonomia

Executivo autonómico volta a ser chefiado pelos nacionalistas moderados, com apoio dos socialistas. Processo de negociação após as eleições de abril contrasta com a agitação dos últimos anos na Catalunha

Imanol Pradales (ao centro na imagem) posou durante a tomada de posse, junto ao carvalho de Guernica, com os seus antecessores (da esquerda para a direita) Patxi López, Carlos Garaikoetxea, Juan Jose Ibarretxe e Íñigo Urkullu. Só López é socialista, sendo todos os demais nacionalistas bascos, como o já falecido ex-lehendakari José Antonio Ardanza
Iñaki Berasaluce/Europa Press/Getty Images

Não podia ser mais claro o contraste entre o ruído e o alvoroço em que decorrem as negociações políticas para formar governo na Catalunha e a placidez e a estabilidade com que esse mesmo propósito foi alcançado no País Basco. Após dois meses de conversações discretas, foi firmado um pacto de coligação entre o Partido Nacionalista Basco (PNV, centro-direita soberanista) e o Partido Socialista de Euskadi (PSE), sucursal regional do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, centro-esquerda).

Quinta-feira foi investido pelo parlamento basco o novo lehendakari (chefe do governo autonómico), Imanol Pradales. Este militante do PNV, de 49 anos, tomou posse do cargo no sábado, perto do velho carvalho da Casa de Juntas de Guernica, onde manda a tradição que as autoridades jurem lealdade aos foros bascos, as leis próprias deste território histórico. Os dois partidos acordaram repartir os cargos do novo executivo, o que deve garantir-lhe quatro anos de estabilidade. É já a terceira edição deste pacto entre nacionalistas e socialistas.