Vinte anos depois, os sentimentos maioritários dos cidadãos espanhóis, avivados pela memória, ainda refletem o assombro, o caos e a dor, sobretudo a dor, gerados pelo dia 11 de março de 2004. Uma célula de militantes jiadistas, conjurados para castigar Espanha, colocou 13 sacos com explosivos em carruagens de quatro comboios suburbanos com origem ou destino na estação de Atocha, uma das mais concorridas do país, fazendo-as rebentar entre as 7h30 e as 7h40 da manhã, quando a maioria dos utilizadores da ferrovia se dirigia aos seus trabalhos ou estudos.
A potência das cargas explosivas causou uma autêntica matança entre os passageiros, com 193 mortos e 1856 feridos, muitos deles com graves mutilações e sequelas. Foi o maior atentado cometido em Europa este século.