Não há forma de contornar o reconhecimento dos milhares de vítimas que a Guerra Civil e a ditadura franquista causaram em Espanha. Apesar do negacionismo histórico da extrema-direita e das tentativas de revogar as leis autonómicas de memória nas regiões da Cantábria e de Aragão — onde o Partido Popular (PP, direita) e o Vox (extrema-direita) estão coligados no poder —, as atrocidades cometidas pelo regime de Franco não caem no esquecimento.
Nas ruas de Santander, capital da Cantábria, centenas de pessoas protestam quase todos os dias contra a decisão do governo regional de atirar para o lixo a lei regional da memória histórica. “É parcial, sectária e nasceu em confronto com os cidadãos”, defendeu, recientemente o deputado do PP Íñigo Fernández. No caso de Aragão, o problema é maior, pois é a região com maior número de valas comuns identificadas e por exumar no país, todas do lado republicano, fruto das duríssimas batalhas ali travadas entre 1936 e 1939.