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“Pode-se condenar a destruição de Gaza e ao mesmo tempo aprovar o comércio de armas?”: o negócio bilateral entre Espanha e Israel

As críticas do primeiro-ministro espanhol ao massacre de civis em Gaza e a reação visceral de Telavive, que retirou a sua embaixadora, abriram um debate em Espanha sobre a viabilidade de romper relações enquanto a guerra durar. A venda de armas é um valioso e intrincado negócio bilateral

Soldado israelita armado durante a incursão em Gaza
REUTERS

Estão em ponto morto as relações diplomáticas entre os Estados espanhol e israelita. Telavive decidiu retirar a sua embaixadora de Madrid, sinal da magnitude da brecha aberta entre os dois países devido ao massacre que decorre em Gaza, reforçada pela frieza com que os Estados Unidos e a União Europeia encaixaram as críticas do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, por bombardeamentos que causaram mais de 15 mil mortos em dois meses.

Por mais esforços que os analistas façam por calibrar a dimensão da crise, as suas consequências práticas parecem colidir com a Realpolitik num dos conflitos mais duradouros do planeta. Os benefícios do mercado de segurança continuam a ser fator determinante e Israel é uma mina de ouro para a indústria militar.