Milhares de manifestantes deverão reunir-se no domingo em Madrid, num protesto contra a possível amnistia para os separatistas catalães envolvidos na tentativa frustada de independência de 2017.
A manifestação convocada pelo PP - que terá como lema ‘Defender a Igualdade de Todos os Espanhóis’ - acontece dois dias antes da sessão de investidura de Alberto Núñez Feijóo, proposta pelo rei Filipe VI, no Congresso dos Deputados, e poderá juntar mais de 10 mil pessoas, segundo as estimativas do partido, avança a imprensa espanhola.
Ao lado de Feijóo na ‘manif’ estarão Mariano Rajoy e José María Aznar, dois dos seus antecessores, além dos presidentes das comunidades autónomas governadas pelo seu partido. O líder conservador apela à participação de todos os cidadãos e constitucionalistas.
No final do protesto, agendado para as 12h na Praça Felipe II, em Madrid, o líder do PP fará um discurso onde deverá sair em defesa de um “projeto de convivência e unidade” para o país e rejeitar privilégios para políticos. “Estaremos contra aqueles que querem amnistia para os responsáveis de um desafio separatista sem precedentes. Defendemos a igualdade de todos os espanhóis e de todos os territórios”, escreveu Feijóo nas redes sociais, num apelo à mobilização na rua.
Apesar da vitória do PP, nas eleições de 23 de julho, será mais fácil para o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, voltar a formar governo caso garanta o apoio do partido independentista Juntos pela Catalunha. A tentativa de empossar Feijóo como chefe do Governo esta semana será falhada, uma vez que não reúne os apoios necessários.
A amnistia é já dada por garantida pelos separatistas catalães. O ex-presidente do governo da Catalunha, Carles Puidgemont, exilado na Bélgica desde o referendo de 2017, tem insistido que essa será uma das condições para apoiar Pedro Sánchez num novo mandato.
No passado dia 4 de setembro, a vice-primeira-ministra espanhola Yolanda Díaz reuniu-se em Bruxelas com o líder independentista catalão para discutir um possível apoio a Sánchez. Mas o primeiro-ministro espanhol tem evitado abordar o assunto.
Certo é que a amnistia tem estado em cima da mesa nas negociações entre o PSOE e os partidos independentistas Juntos pela Catalunha e ERC com vista à recondução de Sánchez no cargo.