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Espanha

Linhas vermelhas de Carles Puigdemont para viabilizar o Governo de Sánchez não são barreiras intransponíveis

Antigo presidente catalão exige, como se previa, uma lei de amnistia como ponto prévio para iniciar conversações com o primeiro-ministro socialista, mas deixa de fora um referendo de autodeterminação, que a Constituição espanhola não permite. Face a tais requisitos, o conservador Núñez Feijóo já não quer falar com Puigdemont. E o histórico socialista Felipe González lembra a Sánchez que a lei impõe limites às cedências que possa fazer ao separatismo

Perante apoiantes e jornalistas, Carles Puigdemont expôs, em Bruxelas, as suas condições para apoiar um novo Governo do socialista Pedro Sánchez
Anadolu/Getty Images

Carles Puigdemont, dono da chave que abre a porta da investidura de Pedro Sánchez como chefe do Governo espanhol para novo mandato, quer negociar. É o que se tira, em suma das opiniões formuladas por representantes políticos próximos do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, centro-esquerda) consultados pelo Expresso depois de ouvirem a lista de condições que o antigo presidente do governo autónomo da Catalunha estabelece para iniciar negociações com vista a viabilizar a manutenção de Sánchez no poder.

As fontes consultadas — que, seguindo estritas ordens de discrição e silêncio emitidas pelos principais intervenientes, pedem para não ser identificadas com nome e apelido — consideram que Puigdemont, fugitivo à justiça espanhola e exilado em Waterloo, na Bélgica, optou por não erguer uma parede intransponível no seu rol de requisitos para se sentar a dialogar com o PSOE e a plataforma esquerdista Somar, partidos que formam o atual Governo de coligação.