O candidato a primeiro-ministro de Espanha, Alberto Núñez Feijóo, líder do Partido Popular (PP, centro-direita), pediu a Pedro Sánchez, chefe do Governo em exercício e secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, centro-esquerda), que viabilize a sua investidura para que possa governar durante dois anos, ou seja, meio mandato.
Num encontro que durou menos de uma hora e que juntou esta quarta-feira os dois líderes no Congresso dos Deputados (Parlamento), em Madrid, Feijóo justificou a sua proposta com a necessidade de levar a cabo as reformas pendentes no país através de seis pactos. Não se reunindo os apoios necessários à investidura do líder do PP e, mais tarde, de Sánchez, Espanha teria de realizar novas eleições dentro de quatro meses.
O candidato indigitado pelo Rei de Espanha para tentar formar governo propôs um executivo de 15 ministérios, mas sem a presença dos socialistas, e acordos em seis áreas: regeneração democrática das instituições, Estado social, recuperação económica, políticas para as famílias, melhoria de serviços públicos como a água e modificação do modelo territorial. E, não menos importante, um executivo que rejeite “os pedidos de referendo à independência e de amnistia feitos pelos partidos independentistas”.
Numa conferência de imprensa após a reunião, Feijóo afirmou que só há duas opções na sequência das eleições de 23 de julho, nas quais o PP foi o partido mais votado mas não obteve uma maioria suficiente para governar: um pacto de dois anos entre o PP e o PSOE ou que “a governabilidade de Espanha continue nas mãos dos independentistas cujas propostas são conhecidas por aprofundarem a desigualdade de alguns espanhóis”.
O líder do PP aludiu à rejeição de Sánchez da sua proposta de acordo. O primeiro-ministro em funções ainda não se pronunciou publicamente, tendo-se dirigido à sede nacional do PSOE após a reunião.
Fontes socialistas citadas pelos meios de comunicação espanhóis revelaram que Sánchez propôs a Feijóo o compromisso de renovar o Conselho Geral da Magistratura antes de 31 de dezembro, qualquer que venha a ser o primeiro-ministro.
Feijóo iniciou deste modo a ronda de contactos com vista à obtenção do apoio dos quatro votos dos deputados que lhe faltam para a investidura, agendada para 26 e 27 de setembro.