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Eleições na Roménia e em Portugal: “Quando as pessoas não têm esperança, dão as mãos ao populista mais barulhento e ultrajante”

Há lições semelhantes a tirar das eleições na Roménia e em Portugal, diz o jornalista romeno Stefan Candea, que vive em Coimbra. “Não vejo como o populismo possa ser travado sem uma mudança significativa no sistema político”, alerta, em entrevista ao Expresso

George Simion, candidato da extrema-direita nas eleições presidenciais da Roménia
Andrei Pungovschi

Stefan Candea, jornalista romeno e líder do Consórcio de Jornalistas Europeus, está em Portugal há dez anos. Tanto em território português como na Roménia e em outros países, vê as condições de vida e dos serviços públicos degradarem-se, o que encara como um barril de pólvora pronto a ser explorado pelos partidos populistas. “As pessoas estão cada vez mais desesperadas”, refere o coordenador do European Investigative Collaborations — uma rede europeia de jornalismo de investigação transnacional que cofundou em 2015 e que reúne meios de comunicação de vários países, incluindo o Expresso (em Portugal) e o “Der Spiegel” (Alemanha).

Em entrevista ao Expresso, o jornalista comenta as eleições romenas de domingo, em que o candidato presidencial centrista e pró-União Europeia, Nicușor Dan, venceu, derrotando o seu rival ultranacionalista. O candidato centrista conquistou quase 54% dos votos, contra os 46% do candidato de extrema-direita George Simion, fã do Presidente dos EUA, Donald Trump. Simion opõe-se ao fornecimento de ajuda militar à Ucrânia e critica a União Europeia. Em entrevista ao Expresso, Stefan Candea traça paralelos com Portugal.