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Como evitar que os Balcãs Ocidentais sejam “o recreio da Rússia”? Tratá-los como “parte integrante da defesa estratégica” da UE

“Vendo a longa mão da interferência russa na região, seria tonto tirar os olhos dos Balcãs Ocidentais”, alertou o chefe da diplomacia britânica. Responsáveis da UE também vão deixando avisos, mas há “uma incoerência entre a urgência do alarme e a adequação da reação”. Investigadores ouvidos pelo Expresso advertem que a política de apaziguamento relativamente à Sérvia “falhou” e que já não se trata de “um risco potencial, mas de uma intervenção russa contínua e sofisticada através de proxies locais”

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e António Costa, presidente do Conselho Europeu, na Cimeira UE-Balcãs Ocidentais, a 18 de dezembro de 2024, em Bruxelas
Pier Marco Tacca/Getty Images

O alerta foi dado por um destacado funcionário britânico. Os Balcãs Ocidentais “têm de avançar ou continuarão a ser o recreio da Rússia”, disse ao jornal digital “Politico”, sob a condição de anonimato. Há agora “uma janela muito pequena” em que aqueles países têm de “deixar de estar em cima do muro”, antes que Bruxelas seja consumida pela adesão da Ucrânia à União Europeia (UE), advertiu ainda.

Em causa está precisamente o processo de adesão de seis dos sete países dos Balcãs Ocidentais. Em 2013 a Croácia tornou-se o primeiro – e, até agora, único – país da região a aderir. A Albânia, a Bósnia-Herzegovina, a Macedónia do Norte, o Montenegro e a Sérvia têm oficialmente o estatuto de países candidatos. O Kosovo apresentou a sua candidatura à adesão em dezembro de 2022.