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A Moldávia, “o segundo país mais afetado” pela guerra na Ucrânia, trilha o caminho europeu com a Rússia à espreita

A região separatista pró-russa da Transnístria continua a ser um espinho para o Governo moldavo, ainda que a resolução do problema não seja uma exigência formal para adesão à UE. A Rússia tem procurado manter as vulnerabilidades económicas e políticas deste país pequeno, com grande diversidade étnica e índices elevados de pobreza, mas que os analistas consideram fundamental para a estabilidade e segurança do bloco europeu. Republicação de um artigo de 14 de fevereiro de 2024, a propósito do pedido de “proteção” da Transnístria a Moscovo
Mais de 60% da população é favorável à adesão à UE
ELENA COVALENCO

Há um “forte” sentimento pró-europeu da Moldávia, país que tem negociações abertas para a adesão à UE desde dezembro – a par da Ucrânia –, mas a Rússia não vai desistir facilmente de atrair o país para a sua esfera de influência: “Qualquer atraso ou indecisão por parte da UE será utilizado pelo Kremlin para transformar a retórica anti-europeia numa arma”, alerta Ionela Maria Ciolan, representante da investigação para Política Externa, Segurança e Defesa Europeia​ do Centro Wilfried Martens de Estudos Europeus, em declarações ao Expresso.

“A Moldávia é o segundo país mais afetado pela guerra na Ucrânia”, diz ao Expresso Iulian Groza, diretor executivo do Instituto para Políticas Europeias e Reformas, um think tank moldavo. “Desde que a guerra começou, tivemos de enfrentar múltiplas crises. Tivemos uma das maiores crises humanitárias desde a nossa independência.” O pequeno país de cerca de 2,5 milhões de habitantes está entre os mais pobres da Europa, e partilha com a Ucrânia 1220 km de fronteira. A oeste está a Roménia, o seu principal parceiro euroatlântico e defensor do avanço da Moldávia em direção à União Europeia.