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Eleições americanas 2024

Homens, brancos, latinos e com menos escolaridade: os eleitores que reabriram a Casa Branca para Donald Trump

Donald Trump obteve enormes ganhos junto dos eleitores de origem latina, um grupo que perdeu para Joe Biden em 2020 por mais de 30 pontos percentuais. No eleitorado feminino, as mulheres brancas favoreceram o antigo Presidente, enquanto Kamala Harris esteve mais forte junto das mulheres afro-americanas e dos mais jovens (embora pior do que o ainda Presidente)

Festa republicana por Donald Trump em Palm Beach
Brian Snyder/Reuters

Os resultados das eleições presidenciais ainda estavam a ser contados, mas as primeiras sondagens à boca das urnas deram logo pistas para percebermos onde é que o ex-Presidente Donald Trump conseguiu mais ganhos em relação às eleições de 2020: foi especialmente junto do eleitorado masculino, que será o principal responsável pela segunda vitória do republicano em oito anos.

Segundo as sondagens recolhidas pelo Washington Post, a distribuição dos votos entre homens e mulheres a nível nacional é praticamente igual para ambos os candidatos mas, nos estados mais importantes para estas eleições, houve mais mulheres a votar em Trump do que homens a votar em Harris. Por exemplo, nos estados da Carolina do Norte, Nevada e Pensilvânia, 57% dos homens terão votado no antigo Presidente norte-americano, enquanto 41% terá escolhido Kamala Harris; por outro lado, cerca de 55% das mulheres dessas regiões votaram em Kamala Harris e 43% preferiu Trump, destacando-se assim um "gender gap" (um intervalo entre eleitorados divididos por género) menos vincado do que muitos especialistas esperavam.

Os dois outros grupos onde Trump mais recuperou terreno em relação à sua derrota frente a Joe Biden foram os homens afro-americanos e o eleitorado de origem latina. A nível nacional, o Washington Post estima que Harris tenha obtido apenas 53% dos votos dos latinos, uma queda significativa em relação a Joe Biden, que conseguiu uma vantagem de 33 pontos percentuais nesse grupo. Essa queda no apoio dos imigrantes e descendentes de imigrantes latinos pelos democratas foi ainda mais notória no Nevada e na Carolina do Norte.