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Eleições americanas 2024

Nem Harris, nem Trump: Washington Post e LA Times não apoiam nenhum candidato, mas "os endorsements não valem quase nada" para os eleitores

Os dois jornais optaram por não se posicionar nas próximas eleições norte-americanas, algo que não acontecia há décadas, com os bilionários que detêm as publicações a serem muito criticados e acusados de desvalorizarem a ameaça de Donald Trump à democracia. Para Germano Almeida, a influência dos media tradicionais no processo eleitoral vive “uma fase de transição”

Sede do Washington Post
Celal Gunes/Anadolu via Getty Images

Em 1972, o Washington Post alterou por completo a política norte-americana ao expôr o escândalo de Watergate, que resultou na queda do Presidente Richard Nixon. Quatro anos depois, o jornal declarou o seu apoio ao candidato democrata Jimmy Carter, inaugurando a tradição do chamado “endorsement” (calão político em inglês para apoio político), para apenas em 1988 não a ter cumprido.

Este ano, a direção editorial de um dos jornais mais antigos e conceituados da América do Norte decidiu não escolher entre Kamala Harris e Donald Trump. O seu ‘publisher’, William Lewis, declarou que o Post iria “regressar às suas raízes” de se manter neutro em eleições presidenciais norte-americanas, confiando e deixando que os eleitores “se decidam por si próprios”. Posteriormente, foi avançado pelo próprio jornal que o bilionário que detém a publicação, o dono da Amazon, Jeff Bezos, terá travado a publicação de uma declaração de apoio a Kamala Harris, que já estaria escrita.