Nas eleições para o Congresso dos Estados Unidos, em 2022, foi o voto feminino que estancou a “onda vermelha” do Partido Republicano. A ida às urnas decorreu apenas alguns meses após a decisão do Tribunal Supremo de anular o acórdão “Roe vs. Wade”, que conferia proteção federal ao direito a interromper voluntariamente uma gravidez. A sua revogação permite aos estados restringir grandemente o acesso ao aborto, fator que afetou o resultado eleitoral a favor dos democratas, historicamente mais a favor do direito à escolha. A importância do voto da mulher tornou-se indiscutível nas campanhas políticas americanas.
Além de serem uma grande parte da população, desde 1984 que há mais mulheres do que homens a dirigirem-se às urnas. Em 2020, representaram 53% dos eleitores. Este ano, do total de eleitores, 36% são mulheres brancas, 16% são mulheres de minorias étnicas. A distinção importa, visto que a demografia e a formação das mulheres definem enormemente o seu sentido do voto.